Slow Motion, Fast Forward, Rewind
- moniqueaayala
- 19 de fev.
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de mar.

Quando trabalhava com o que acreditava ser o Pilates Contemporâneo, pedia que os alunos fizessem os exercícios beeem devagar. Acreditava que era para ser feito assim. Eu não me lembro exatamente de onde vinha essa crença, mas de fato é mais fácil controlar o corpo fazendo movimentos de forma mais lenta. Eu, particularmente, sou medrosa e tenho necessidade de controle (coisa que descobri praticando Pilates), por isso minha tendência é me mover devagar. A velocidade testa todo o meu ser. Quando aprofundei meus estudos na linha Clássica, aprendi que cada exercício tem seu próprio ritmo.
Pilates é um método de condicionamento físico, então imagina quanto tempo perdi fazendo minhas aulas em slow motion!!! O único exercício que fazia meu coração acelerar de verdade era o Hundred, porque não dá para fugir do compasso do Hundred. Quando não estamos perdendo o fôlego e nosso coração não está batendo mais forte (além de faltar paixão), o treino não terá competência para trabalhar a capacidade cardiorrespiratória e cardiovascular. Esses fatores são de tanta importância para o Sr. Pilates, que foram descritos algumas vezes em seus livros, por isso não podem ficar de fora.
É importante pensar nas diferentes cadências propostas dentro do método e ensiná-las aos alunos para que dentro do tempo certo de cada exercício consigamos obter todos os benefícios e o trabalho fique mais completo.
No Pilates há diversos exercícios que podem e serão feitos de forma mais rápida como o Footwork (Toes, Arches e Heels, desacelerando no Tendon Stretch), a série de Stomach Massage e Kneeling Knee Stretches, por exemplo. Assim que o aluno demonstra um bom padrão de movimento podemos adicionar mais dinamismo.
O aluno traz sua personalidade para a aula e isso vai influenciar na forma que ele a expressa durante o exercício, então temos que dar corda naqueles que praticam em slow motion, como eu, para tirá-los da zona de conforto, levá-los a zona de condicionamento e desafiar o controle deles através do aumento da energia de execução do exercício.
Também existem pessoas que se movem de forma fast forward (talvez os ansiosos ou vaidosos?). Muitas vezes o aluno acelera o exercício para disfarçar fraquezas e instabilidades. A velocidade deve desafiar o controle e não ser uma fuga, ou seja, não deve-se fazer rápido e de qualquer jeito para disfarçar a dificuldade. Tem gente que acha irritante prestar atenção nos detalhes porque tem resistência em admitir que tem dificuldade. Acho esses alunos os mais complicados para corrigir, pois esbarramos com as questões psicológicas, contudo paciência e persistência são características de um bom professor. Não adianta ficar enchendo o aluno de correções e dizendo “mais devagar” a cada segundo, porque isso só vai gerar mais irritação e frustração. Não será em 1 aula, talvez nem em 1 mês, mas em algum momento, ele entenderá e é lindo de ver quando eles começam a entender.
Se não houver controle e consciência, não adianta avançar. Às vezes a ânsia de evoluir (geralmente por medo do aluno ficar desmotivado), nos faz antecipar a introdução de algum exercício, porém se estiver faltando alguma coisa na base, os avanços provavelmente serão desastrosos. Caso isso aconteça, lembre-se: passos para trás não só podem como devem ser dados. Não hesite em apertar o rewind caso seja necessário.
Saber o tempo de cada exercício é importante para que o propósito seja alcançado na sua totalidade e também para que possamos nos mover com fluidez, ou seja, com naturalidade mesmo travando grandes batalhas internas. Como bem disse Graziela, uma aluna minha, é bonito entrar num estúdio de Pilates porque apesar de todos estarem se exercitando, ninguém está se debatendo. Esta é uma sábia descrição sobre mover com controle, e, afinal, o nome do método é Contrologia a Arte e a Ciência do Controle.
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